quinta-feira, 6 de outubro de 2011

A astronáutica brasileira

O Centro de Lançamento de Alcântara
De acordo com a Revista Globo Ciência (1998), o CLA ocupa uma área de 620 km², bem superior aos 18 km² da antiga Barreira do Inferno, que funciona desde 1965, em Natal (RN) e, por questões técnicas, não poderia abrigar nossos lançadores. O principal destaque do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) é a localização: apenas 2º da linha do Equador. Quando um lançador parte de lá ele aproveita a velocidade tangencial da Terra e, portanto, precisa de menos força para atingir as chamadas orbitas equatoriais, ou seja, as orbitas que circundam o globo sobre o Equador. Isso se traduz em economia, porque o foguete gasta menos combustível, e com isso pode até levar satélites maiores e mais pesados. Por estas vantagens, o CLA é hoje o melhor lugar do mundo para lançamento de foguetes ao espaço.
Segundo http://www.cla.aer.mil.br/ dentre outros atributos importantes, pode-se destacar:
Condições favoráveis de segurança para lançamentos no quadrante norte - leste, que abrange trajetórias rumo a órbitas polares, inclinadas e equatoriais. Isso porque, nos momentos mais críticos que compreendem as fases iniciais da trajetória, o veículo evolui sobre o mar, minimizando o uso de manobras para desviar de áreas habitadas.
Condições climáticas favoráveis, com regime de chuvas bem definido e ventos toleráveis, permitindo amplo aproveitamento do calendário anual, com registros de pequenas variações de temperatura.
Estabilidade geológica.
Baixa densidade demográfica da região, o que permite a implantação de diversos sítios de lançamento e, também, de áreas para infra-estrutura de apoio logístico.
Facilidades de suporte logístico, dada a relativa proximidade de uma cidade do porte de São Luís, à qual se pode acessar por via aérea, marítima ou terrestre, em condições de maior rapidez ou disponibilidade que em outros centros de grande porte.
Eqüidistância de importantes centros de operações espaciais (CLBI - Natal - BR/ Kourou - Guiana - CSG).
O Centro de Lançamento de Alcântara - CLA está localizado na península que tem por nome Alcântara. Separada do continente, no lado noroeste, pela baía de Cumã, e da ilha de São Luís, do lado sudeste, pela baía de São Marcos. Trata-se de uma região isolada, de baixa densidade populacional e de restrito crescimento urbano.
Situado nas vizinhanças da sede do município de Alcântara, o CLA ocupa uma área considerada de segurança, selecionada após cuidadosa análise e projetado dentro de padrões internacionalmente reconhecidos.
O programa de atividades do Centro de Lançamento de Alcântara - CLA, conforme proposto pelo Programa Nacional de Atividades Espaciais - PNAE , contempla perspectivas promissoras, contribuindo de forma efetiva para o desenvolvimento sustentado de tecnologia espacial própria, como fator primordial para o progresso social e científico no país.
É a convergência dos projetos nacionais no campo espacial, abrigando em suas instalações as atividades de diferentes entidades brasileiras e estrangeiras, com o propósito de se produzir competência técnica, necessária à requerida autonomia de nossos centros de pesquisa e de nossas indústrias aeroespaciais.
Atualmente, o CLA representa mais uma contribuição concreta da participação brasileira, com os demais segmentos espaciais, no seleto mercado internacional de serviços de lançamento, rastreio de veículos espaciais e de coleta e processamento de dados de cargas úteis, que se manifesta em crescente e contínua expansão.
Como benefício adicional, a oferta de bens e serviços deverá deslocar para a região, onde o CLA está instalado, um pólo de estudos e de alta tecnologia, com conseqüente aceleração da atividade econômica, em projeção abrangente e de longo prazo.
Benefícios diretos advindos da operacionalidade do CLA:
v  Para a Aeronáutica:
• Maior aproveitamento da capacidade da infra-estrutura instalada e disponível.
• Capacitação e treinamento de técnicos e engenheiros, mantendo o status operacional das equipes.
• Auto-sustentação do complexo instalado, possibilitando a sua expansão, pela captação de recursos provenientes da prestação de serviços.
• Geração de conhecimento essencial de novas tecnologias espaciais sensíveis.

v  Para a região:
• Fomentar a criação de pólo tecnológico e de instituições afins, com o surgimento de várias iniciativas.
• Desenvolvimento de um pólo industrial para dar suporte às atividades espaciais e consequente redução de custos de produção.
• Incremento à atividade e aos benefícios sociais auferidos pela criação de novas oportunidades de trabalho e melhor qualificação de mão-de-obra.
• Aumento do valor agregado e do poder aquisitivo dos produtos nacionais, resultantes do conhecimento gerado.
v  Para o Brasil:
• Redução e eliminação progressiva de dispêndio no exterior de elevados recursos financeiros empregados para os lançamentos nacionais.
• Captação de recursos decorrentes da oferta de bens e serviços espaciais brasileiros.
• Oferecer condições para a capacitação e pesquisa de aplicações aeroespaciais das instituições de ensino superior e da indústria nacional.

 O Veículo Lançador de Satélite (VLS-1 V1)
De acordo com a Revista Globo Ciência (1998), as 9h 25min da manhã de 2 de novembro de 1997 foi lançado o gigantesco foguete, de 19 metros, do Centro de Lançamento de Alcântara. O VLS-1, o primeiro Veículo Lançador de Satélites brasileiro, que carregava o satélite SCD-2A, um genuíno produto nacional. No lançamento um dos quatro motores do primeiro estágio, encarregados do impulso inicial, não estava funcionando. E aos 65s de vôo o comando da missão VLS-1 explodiu-o no ar, quando ele estava a 3.230m de altitude. Pois se deixassem que ele continuasse, colocaria em risco as populações de áreas próximas, sendo que ele estava desestabilizado pela falha do motor, e havia se inclinado 25° de sua trajetória.
Ao se autodestruir em novembro, o VLS-1 explodiu também o satélite SCD-2A, que iria coletar dados sobre a Amazônia e o Nordeste do país.

O Veículo Lançador de Satélite (VLS-1 V2)
Em 11 dezembro de 1999, a operação Almenara foi realizado o segundo vôo de qualificação, no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), levando a bordo do VLS-1 V02 um satélite científico desenvolvido pelo INPE, o SACI 2. Novamente, uma falha também no sistema pirotécnico, porém no 2º estágio, ocasionou a explosão deste, havendo a necessidade de autodestruição por telecomando.

 O Veículo Laçador de Satélite (VLS-1 V3)
No dia 22 de Agosto de 2003, o VLS-1 V03 da operação denominada de São Luís, sofreu uma ignição prematura provocando o acidente por volta das 13h30 na base de Alcântara, no Maranhão, três dias antes do seu lançamento, matando 21 técnicos que estavam na plataforma de lançamento.

 Agência Espacial Brasileira (AEB)
Conforme http://www.aeb.gov.br/ a Agência Espacial Brasileira (AEB), criada em 10 de fevereiro de 1994, é responsável por formular e coordenar a política espacial brasileira. Autarquia federal vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), a AEB tem dado continuidade aos esforços empreendidos pelo governo brasileiro, desde 1961, para promover a autonomia do setor espacial.
Todas os recursos repassados pela AEB estão voltadas para pesquisas espaciais, desenvolvimento e lançamento de satélites e foguetes. Tais atividades precisam, também, de laboratórios especializados de fabricação, testes e integração, centros de rastreio e controle, estações de recepção, tratamento e disseminação dos dados fornecidos pelos satélites.
Sob a administração geral da AEB, o Programa Espacial Brasileiro conta com a participação do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCT) (local onde são desenvolvidos os satélites) e do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA). Este último é responsável pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) (onde são construídos os foguetes), pelo Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) e pelo Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI). Essas instituições dão suporte a todas as atividades que se desenvolvem em torno da área espacial.
 A AEB liberou muitos recursos nos últimos anos para pesquisas espaciais no Brasil. Além disso, ela está aprovando vários programas e projetos aeroespaciais brasileiros.
De acordo com o site http://www.wikipedia.org/ a Agência Espacial Brasileira tem por finalidade promover o desenvolvimento das atividades espaciais brasileiras de forma descentralizada.
Para nortear estas ações e definir diretrizes, a AEB atua na coordenação central do Sistema Nacional de Desenvolvimento das Atividades Espaciais (SINDAE) e tem a responsabilidade de formular a Política Nacional de Desenvolvimento das Atividades Espaciais (PNDAE) e de formular e implementar o Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE), cujas atividades são executadas por outras instituições governamentais que compõem o sistema.
Atualmente a AEB está sob controle civil, anteriormente estava sob controle militar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário