terça-feira, 10 de maio de 2011

Lixo espacial

Lixo espacial
Quando falamos em meio ambiente, pensamos no ambiente terrestre tradicional. Mas e o espaço, o ambiente fora da Terra, ou seja o ambiente espacial? Pode ser estudado e classificado como meio ambiente espacial? A resposta é afirmativa, pois vejamos.
Como não é difícil imaginar, o ambiente extraterrestre ou espacial tem relação direta com o ambiente dos corpos celestes como os planetas, pois o seu desequilíbrio poderá trazer consequências desastrosas às condições climáticas dos planetas, entre eles a Terra, prejudicando no nosso caso as formas de vida.
Evidentemente as forças que regem os astros estão fora de controle do ser humano, mas quanto ao ambiente espacial próximo a Terra o ser humano pode ter responsabilidade por alguns danos, já que com o aumento da exploração espacial estamos começando a utilizar este espaço outrora inacessível, deixando muito "lixo espacial" ao redor do nosso planeta, colocando em risco não só as espaçonaves tripuladas como as cidades e mesmos áreas rurais e naturais com as quedas destes artefatos, inclusive pela radioatividade que pode existir em alguns casos. Aliás, não podemos esquecer que as explorações espaciais já remontam algumas décadas e se iniciaram com o envio das sondas espaciais, seguidos dos satélites artificiais, naves tripuladas e finalmente das estações espaciais
Assim, todo este lixo está poluindo o que chamamos de espaço, gerando a necessidade de definir este novo ambiente, agora utilizado e explorado intensivamente pela humanidade. Tarefa difícil mas necessária.
Como se sabe a vida da forma que conhecemos encontra-se na chamada biosfera, camada que alcança apenas alguns quilômetros de altitude, onde está o meio ambiente tradicionalmente definido e conhecido.
Então, onde se iniciaria o meio ambiente espacial? É ele apenas a faixa onde os objetos e lixo espacial estão vagando ao redor da Terra? Ou o espaço sideral mais distante onde não encontramos nada além do vácuo, ou os dois? Este é o problema que os juristas terão que enfrentar para a definição correta.
Segundo a ultima estimativa norte-americana, existem cerca de 3,5 milhões de resíduos metálicos, lascas de pintura, plásticos, etc.. de dimensões inferiores a um centímetro, orbitando no espaço próximo. Esta cifra cai para 17.500 com relação aos objetos entre um e dez centímetros, e a 7000 para os detritos de tamanho superior. Quase três mil toneladas de lixo espacial flutuam a menos de duzentos quilômetros do solo. De acordo com a NASA, este numero, já assustador, devera se duplicar antes do ano 2010. Até lá, e mais alem, os fragmentos vão continuar como um perigo em potencial, pois na velocidade com que orbitam – 15 mil, 20 mil ou 30 mil quilômetros por hora – se transformam em formidáveis projeteis, que ameaçam todos os objetos com que possam vir a se chocar.
A maior parte do lixo espacial poderá provocar colisões fatais com naves, sondas e satélites tripulados, numa ameaça às atividades dos astronautas. Existem vários exemplos de veículos espaciais danificados por colisões com detritos. Em 1982, um pedaço de um foguete soviético arranhou o ônibus espacial Columbia. Uma caixa de instrumentos eletrônicos do satélite americano Solar Maximum, recuperada pelos astronautas num vôo da Challenger, apresentava 160 perfurações produzidas por lascas de tinta que viajavam à velocidade orbital. Resíduos orbitais danificaram também as células solares do satélite europeu GEOS-2, colocado em orbita pela ESA. Também sofreram danos o telescópio espacial Hubble, satélites de telecomunicações, etc..
A media de objetos espaciais que reentram em nossa atmosfera é da ordem de 33 a 35 por mês. Alias, todos os objetos lançados em orbita ao redor da Terra deverão, um dia, retornar à superfície do planeta. Entretanto, muitos deles levarão centenas, milhares ou milhões de anos para cair.

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